sexta-feira, 31 de agosto de 2012
domingo, 5 de agosto de 2012
O Naufrágio do Titanic
EDIÇÃO EXTRA: Os naufrágiosVEJA, Abril de 1912
O infortúnio do Titanic e a escalada de acidentes neste
início de século colocam em xeque a segurança prometida pelas companhias
marítimas aos passageiros. Como evitar as tragédias?
O SS Atlantic, da White Star Line, que sucumbiu em 1873: 562 mortos perto de Halifax, Nova Scotia, no trajeto de Liverpool a NY
Naufrágios de transatlânticos não são novidades em águas internacionais, mas a tragédia do RMS Titanic, ao suplantar de forma arrebatadora todos os seus predecessores no mundo ocidental, coloca um ponto de interrogação ao lado das garantias de segurança fornecidas pelas companhias marítimas. Afinal, a fama que acompanhou o Titanic durante seu período de construção era a de ser um navio livre de qualquer perigo - lema que refletiu até mesmo na incrédula declaração do vice-presidente da White Star Line, Philip Franklin, logo depois de ouvir a notícia do desastre: "Pensei que o Titanic fosse inafundável, era essa a opinião dos melhores especialistas. Não consigo entender".
O fogo consome o General Slocum: mais de mil mortos, na maioria mulheres e crianças
A duras penas, as famílias de mais de 1.500 passageiros tragados pelas águas geladas do Atlântico descobriram que, em se tratando de travessias marítimas, não há homens ou máquinas que possam oferecer garantias. O naufrágio do Titanic supera em número de vítimas a maior marca deste século, a do navio americano SS General Slocum, que pegou fogo quando navegava pelo East River de Nova York no dia 15 de junho de 1904 e causou a morte de 1.020 pessoas, na maioria mulheres e crianças da comunidade alemã da cidade, que haviam fretado o navio para uma excursão. Naquela ocasião, de acordo com o relato de alguns sobreviventes - em número de aproximadamente 300 -, a calamidade foi potencializada pelo estado deteriorado de conservação de coletes salva-vidas, bóias de segurança e botes.
Fúnebres recordes - O terrível destino do Titanic também fez suplantar outras duas infaustas marcas de desastres marítimos, todas ocorridas também nos primeiros anos desde século, dado alarmante para o mundo da navegação. A mais recente tragédia ultrapassa o maior acidente da história de um navio civil com bandeira britânica. Em maio de 1902, o SS Camorta, pertencente à British India Steam Navigation Company, afundou na baía de Bengala em meio a um ciclone, matando todos os 655 passageiros e 82 tripulantes. Além disso, torna-se o maior infortúnio já registrado nas águas do Atlântico. Antes, o SS Norge, transatlântico dinamarquês que também tinha como destino Nova York e colidiu com a ilhota rochosa de Rockall, a oeste da Escócia, havia produzido 635 vítimas em junho de 1904.
O SS Norge: recordista antes do Titanic
Ao menos por enquanto, o acidente de maior proporção da história das águas internacionais segue sendo o naufrágio do junco Tek Sing, navio à vela chinês que afundou em fevereiro de 1822 ao sul da China, depois de colidir com um recife. A embarcação tinha como destino Jacarta, na Indonésia, e transportava cerca de 1.800 passageiros e uma grande carga de porcelana. Mais de 1.600 pessoas morreram - as demais foram resgatadas pelo navio inglês East Indiaman, que passava pelas redondezas na manhã seguinte e avistou alguns sobreviventes. Resta saber se a cega competição entre as linhas marítimas ocidentais, cada qual correndo ferozmente para suplantar a concorrência, não acabará por relegar a segurança a segundo plano e repetir tormentos como o do Titanic.
O Mar Dos Mortos
EDIÇÃO EXTRA: Os naufrágiosVEJA, Abril de 1912
O infortúnio do Titanic e a escalada de acidentes neste
início de século colocam em xeque a segurança prometida pelas companhias
marítimas aos passageiros. Como evitar as tragédias?
O SS Atlantic, da White Star Line, que sucumbiu em 1873: 562 mortos perto de Halifax, Nova Scotia, no trajeto de Liverpool a NY
Naufrágios de transatlânticos não são novidades em águas internacionais, mas a tragédia do RMS Titanic, ao suplantar de forma arrebatadora todos os seus predecessores no mundo ocidental, coloca um ponto de interrogação ao lado das garantias de segurança fornecidas pelas companhias marítimas. Afinal, a fama que acompanhou o Titanic durante seu período de construção era a de ser um navio livre de qualquer perigo - lema que refletiu até mesmo na incrédula declaração do vice-presidente da White Star Line, Philip Franklin, logo depois de ouvir a notícia do desastre: "Pensei que o Titanic fosse inafundável, era essa a opinião dos melhores especialistas. Não consigo entender".
O fogo consome o General Slocum: mais de mil mortos, na maioria mulheres e crianças
A duras penas, as famílias de mais de 1.500 passageiros tragados pelas águas geladas do Atlântico descobriram que, em se tratando de travessias marítimas, não há homens ou máquinas que possam oferecer garantias. O naufrágio do Titanic supera em número de vítimas a maior marca deste século, a do navio americano SS General Slocum, que pegou fogo quando navegava pelo East River de Nova York no dia 15 de junho de 1904 e causou a morte de 1.020 pessoas, na maioria mulheres e crianças da comunidade alemã da cidade, que haviam fretado o navio para uma excursão. Naquela ocasião, de acordo com o relato de alguns sobreviventes - em número de aproximadamente 300 -, a calamidade foi potencializada pelo estado deteriorado de conservação de coletes salva-vidas, bóias de segurança e botes.
Fúnebres recordes - O terrível destino do Titanic também fez suplantar outras duas infaustas marcas de desastres marítimos, todas ocorridas também nos primeiros anos desde século, dado alarmante para o mundo da navegação. A mais recente tragédia ultrapassa o maior acidente da história de um navio civil com bandeira britânica. Em maio de 1902, o SS Camorta, pertencente à British India Steam Navigation Company, afundou na baía de Bengala em meio a um ciclone, matando todos os 655 passageiros e 82 tripulantes. Além disso, torna-se o maior infortúnio já registrado nas águas do Atlântico. Antes, o SS Norge, transatlântico dinamarquês que também tinha como destino Nova York e colidiu com a ilhota rochosa de Rockall, a oeste da Escócia, havia produzido 635 vítimas em junho de 1904.
O SS Norge: recordista antes do Titanic
Ao menos por enquanto, o acidente de maior proporção da história das águas internacionais segue sendo o naufrágio do junco Tek Sing, navio à vela chinês que afundou em fevereiro de 1822 ao sul da China, depois de colidir com um recife. A embarcação tinha como destino Jacarta, na Indonésia, e transportava cerca de 1.800 passageiros e uma grande carga de porcelana. Mais de 1.600 pessoas morreram - as demais foram resgatadas pelo navio inglês East Indiaman, que passava pelas redondezas na manhã seguinte e avistou alguns sobreviventes. Resta saber se a cega competição entre as linhas marítimas ocidentais, cada qual correndo ferozmente para suplantar a concorrência, não acabará por relegar a segurança a segundo plano e repetir tormentos como o do Titanic.
A Dor de Quem Fica - Titanic
EDIÇÃO EXTRA: O luxoVEJA, Abril de 1912
As instalações majestosas do malfadado transatlântico
britânico atraíram diversas figuras da alta sociedade para sua viagem
inaugural. Houve, entretanto, pouco tempo para aproveitá-las
A Grande Escadaria: símbolo do esplendor do navio, era coberta por painéis de carvalho entalhados com detalhes renascentistas
Tão superlativo quanto o nome ou as dimensões do titânico transatlântico da White Star Line era o requinte de suas faraônicas instalações, agora lamentavelmente submersas. Cada detalhe foi constituído para impressionar, desde a decoração das suítes da primeira classe até a varanda de treliça de seu restaurante principal. Os operadores também não economizaram no luxo e nas mordomias dos serviços oferecidos: banhos turcos, academias, três bibliotecas, salão de jogos, uma quadra de squash e até mesmo duas orquestras que se revezavam para entreter os passageiros. Não por coincidência, as distintas características do navio atraíram para sua viagem inaugural uma extensa lista de célebres personalidades da society britânica e americana, que desembolsaram estrepitosas quantias que chegavam a até 4.000 dólares por um tíquete de primeira classe.
O conceito de um verdadeiro castelo flutuante foi perseguido à obsessão pela White Star Line e pela Harland & Wolff, de Belfast, construtora do Titanic. Para fazer frente aos famosos Lusitania e Mauretania, da Cunard Line, detentora da Fita Azul, outorgada somente aos navios mais rápidos do planeta, a linha marítima britânica lançou sua tríade de transatlânticos da classe Olympic, do qual o Titanic era o mais majestoso. Entretanto, a velocidade e a potência, obsessão destes tempos, foram preteridas em detrimento do conforto e da grandiloquência. A preocupação com o bem-estar dos passageiros era tanta que, dos cerca de 890 membros da tripulação, mais de 500 eram garçons, cozinheiros e artistas em geral.
Lazer: academia com modernos equipamentos de ginástica; depois, ida ao banho turco
Assim, puderam ser incluídos no navio os diversos atrativos que sobrepujaram todos os concorrentes em matéria de opulência. Além dos itens de conforto já citados, o maior destaque ficava com a majestosa Grande Escadaria, construção localizada entre a primeira e a segunda chaminé, com entrada pelo convés superior. Medindo 18 metros de altura e cinco de largura, era feita de madeira e representava todo o esplendor que o Titanic deveria reluzir. Sua superfície era coberta por painéis de carvalho entalhados com detalhes renascentistas, ao estilo do mestre Grinling Gibbons. Sobre ela pairava uma belíssima cúpula de cristal e ferro fundido, com discretos ornamentos - como os que se espalhavam por toda a Grande Escadaria - homenageando os titãs da mitologia grega.
Lances do destino - Atraídas pelas novidades, algumas figuras notáveis do jet-set anglo-saxão compraram suas passagens e embarcaram no Titanic. Mas pouco puderam aproveitar todas as benesses oferecidas no transatlântico. Ainda que a maioria dos passageiros da primeira classe tenha sobrevivido (um índice de 60,5%, o maior entre todas as categorias do navio), alguns desses nobres turistas pereceram. É o caso do milionário John Jacob Astor IV (sua esposa Madeleine foi resgatada com vida) e do industrial Benjamin Guggenheim. Outro figurão, o comerciante Isidor Straus, dono da famosa loja de departamentos americana Macy’s, também está no rol das vítimas fatais, assim como sua mulher, Ida. A lista de falecidos inclui ainda o major Archibald Butt, assessor dos presidentes Theodore Roosevelt e William H. Taft, e Thomas Andrews, construtor de navios da Harland & Wolff, que, segundo relatos, recusou-se a ocupar seu assento no bote salva-vidas, procurando ajudar os outros passageiros no momento da tragédia.
Um dos impressionantes corredores: espaços para contato social e banhos de sol
Dentre as personalidades que escaparam com vida da tragédia estão J. Bruce Ismay, diretor da White Star Line, Helen Churchill Candee, escritora e socialite, a atriz Dorothy Gibson, a milionária do Colorado Margaret Brown e sir Cosmo Duff Gordon e senhora. Mais sorte ainda tiveram o magnata J. P. Morgan - que, por meio de sua International Mercantile Marine Co., financiou a construção do Titanic -, o secretário de Estado americano Robert Bacon e o empresário Milton S. Hershey, da empresa de chocolates homônima. Todos os três tinham a viagem marcada na primeira classe do transatlântico, mas por um motivo ou outro precisaram cancelar a reserva. Por lances do destino, tiveram suas vidas poupadas.
O Castelo Que Flutuava - Titanic
EDIÇÃO EXTRA: O luxoVEJA, Abril de 1912
As instalações majestosas do malfadado transatlântico
britânico atraíram diversas figuras da alta sociedade para sua viagem
inaugural. Houve, entretanto, pouco tempo para aproveitá-las
A Grande Escadaria: símbolo do esplendor do navio, era coberta por painéis de carvalho entalhados com detalhes renascentistas
Tão superlativo quanto o nome ou as dimensões do titânico transatlântico da White Star Line era o requinte de suas faraônicas instalações, agora lamentavelmente submersas. Cada detalhe foi constituído para impressionar, desde a decoração das suítes da primeira classe até a varanda de treliça de seu restaurante principal. Os operadores também não economizaram no luxo e nas mordomias dos serviços oferecidos: banhos turcos, academias, três bibliotecas, salão de jogos, uma quadra de squash e até mesmo duas orquestras que se revezavam para entreter os passageiros. Não por coincidência, as distintas características do navio atraíram para sua viagem inaugural uma extensa lista de célebres personalidades da society britânica e americana, que desembolsaram estrepitosas quantias que chegavam a até 4.000 dólares por um tíquete de primeira classe.
O conceito de um verdadeiro castelo flutuante foi perseguido à obsessão pela White Star Line e pela Harland & Wolff, de Belfast, construtora do Titanic. Para fazer frente aos famosos Lusitania e Mauretania, da Cunard Line, detentora da Fita Azul, outorgada somente aos navios mais rápidos do planeta, a linha marítima britânica lançou sua tríade de transatlânticos da classe Olympic, do qual o Titanic era o mais majestoso. Entretanto, a velocidade e a potência, obsessão destes tempos, foram preteridas em detrimento do conforto e da grandiloquência. A preocupação com o bem-estar dos passageiros era tanta que, dos cerca de 890 membros da tripulação, mais de 500 eram garçons, cozinheiros e artistas em geral.
Lazer: academia com modernos equipamentos de ginástica; depois, ida ao banho turco
Assim, puderam ser incluídos no navio os diversos atrativos que sobrepujaram todos os concorrentes em matéria de opulência. Além dos itens de conforto já citados, o maior destaque ficava com a majestosa Grande Escadaria, construção localizada entre a primeira e a segunda chaminé, com entrada pelo convés superior. Medindo 18 metros de altura e cinco de largura, era feita de madeira e representava todo o esplendor que o Titanic deveria reluzir. Sua superfície era coberta por painéis de carvalho entalhados com detalhes renascentistas, ao estilo do mestre Grinling Gibbons. Sobre ela pairava uma belíssima cúpula de cristal e ferro fundido, com discretos ornamentos - como os que se espalhavam por toda a Grande Escadaria - homenageando os titãs da mitologia grega.
Lances do destino - Atraídas pelas novidades, algumas figuras notáveis do jet-set anglo-saxão compraram suas passagens e embarcaram no Titanic. Mas pouco puderam aproveitar todas as benesses oferecidas no transatlântico. Ainda que a maioria dos passageiros da primeira classe tenha sobrevivido (um índice de 60,5%, o maior entre todas as categorias do navio), alguns desses nobres turistas pereceram. É o caso do milionário John Jacob Astor IV (sua esposa Madeleine foi resgatada com vida) e do industrial Benjamin Guggenheim. Outro figurão, o comerciante Isidor Straus, dono da famosa loja de departamentos americana Macy’s, também está no rol das vítimas fatais, assim como sua mulher, Ida. A lista de falecidos inclui ainda o major Archibald Butt, assessor dos presidentes Theodore Roosevelt e William H. Taft, e Thomas Andrews, construtor de navios da Harland & Wolff, que, segundo relatos, recusou-se a ocupar seu assento no bote salva-vidas, procurando ajudar os outros passageiros no momento da tragédia.
Um dos impressionantes corredores: espaços para contato social e banhos de sol
Dentre as personalidades que escaparam com vida da tragédia estão J. Bruce Ismay, diretor da White Star Line, Helen Churchill Candee, escritora e socialite, a atriz Dorothy Gibson, a milionária do Colorado Margaret Brown e sir Cosmo Duff Gordon e senhora. Mais sorte ainda tiveram o magnata J. P. Morgan - que, por meio de sua International Mercantile Marine Co., financiou a construção do Titanic -, o secretário de Estado americano Robert Bacon e o empresário Milton S. Hershey, da empresa de chocolates homônima. Todos os três tinham a viagem marcada na primeira classe do transatlântico, mas por um motivo ou outro precisaram cancelar a reserva. Por lances do destino, tiveram suas vidas poupadas.
Autópia do Desastre - Titanic
EDIÇÃO EXTRA: A engenhariaVEJA, Abril de 1912
O naufrágio não era uma hipótese para os projetistas:
o Titanic poderia flutuar com até quatro compartimentos inundados.
O iceberg, entretanto, rasgou cinco deles na colisão
O colosso no cais na Inglaterra, ao lado do Olympic (à dir.): tecnologia revolucionária que não impediu rompimento do casco
O arquiteto naval Thomas Andrews, diretor do departamento de projetos e construção do estaleiro irlandês Harland & Wolff, responsável pela concepção do Titanic, jamais poderia antecipar o fatídico destino que o aproximaria para sempre de sua principal criação (ele sucumbiu junto com o navio). Planejado à exaustão desde meados da década passada, em parceria com William Pirrie e Alexander Carlisle, construído ao longo de três anos de trabalho árduo em Belfast, o transatlântico parecia acima de qualquer suspeita em termos de segurança. Seu naufrágio não era uma hipótese, nem mesmo quando os primeiros relatos do acidentes chegaram aos ouvidos dos construtores. Todos imaginavam que nada de errado aconteceria com o gigante dos mares.
Força titânica: os enormes propulsores
A tranqüilidade dos construtores era respaldada por uma tecnologia revolucionária. Uma verdadeira usina funcionava no casco do navio, dividida em dezesseis compartimentos e protegida por um inovador sistema de portas à prova d’água, baixadas de forma manual ou automática, por meio de poderosos eletroímãs. Andrews e os construtores do Titanic projetaram o transatlântico para flutuar com dois compartimentos inundados, mas acreditavam que a embarcação permaneceria navegando com até quatro deles comprometidos. Quis o destino que cinco deles fossem rasgados pelo iceberg que o Titanic abalroou em Newfoundland. Não havia como reverter o dramático quadro.
Rombo e inundação - Por mais pesado que seja um navio, ele se mantém na superfície da água por conta de um equilíbrio entre sua capacidade de flutuação, que o empurra para cima, e a gravidade, que o puxa para baixo. O ar presente nos dezesseis compartimentos do Titanic tornava o navio menos denso que a água. Isso, claro, até o momento em que a embarcação atingiu o iceberg. O rombo provocado pelo gelo perfurou o casco do navio e a água rapidamente ganhou cinco desses compartimentos, eliminando o ar dessas salas. A estabilidade foi obviamente interrompida. Com isso, a frente do Titanic, muito mais pesada por conta da inundação, começou a submergir, fazendo a traseira levantar para fora da água.
A planta do transatlântico: orgulho ferido dos trabalhadores do porto de Southampton
As placas de sustentação, porém, não estavam projetadas para suportar todo esse peso da popa, e o Titanic rachou, cortando nesse ponto toda a eletricidade. De acordo com os relatos de quem presenciou a catástrofe, os passageiros que conseguiram escapar ficaram às escuras em seus botes salva-vidas. Outros detalhes técnicos e explicações mais detalhadas deverão ser obtidas nas comissões de investigação em curso nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha - assim como conclusões sobre se houve erro no projeto ou na execução. Por enquanto, resta a singela explicação de Alexander Carlisle, um dos engenheiros do Titanic: “Construímos o navio para fazê-lo flutuar. Não o construímos para colidir com um iceberg ou um penhasco. Infelizmente, foi exatamente o que aconteceu.”
História da White Star Line
A The White Star Line foi uma proeminente companhia de navios do Reino Unido fundada em 1845 [1]. A empresa era a proprietária do luxuoso navio RMS Titanic que naufragou em em 1912 [2]. Os navios RMS Olympic [3] e o HMHS Britannic [4] navios da mesma classe do Titanic também pertenceram a frota da companhia.Primórdios
A White Star foi fundada na cidade de Liverpool por John Pilkington e Threlfall Henry Wilson no ano de 1845. Eles tinham como objetivo aproveitar o florescente comércio entre Grã-Bretanha e Austrália, motivada pela descoberta de ouro naquele país. A corrida do ouro começou na Austrália no início da década de 1850 [1]. Houve uma forte imigração entre os anos de 1851 e 1860 e é estimado que 484.000 pessoas vindas da Inglaterra e Gales, Escócia e Irlanda chegaram a Austrália no período [5].
RMS Tayleur (1854).
O plano de negócios da companhia previa inicialmente o fretamento e locação de navios. Os primeiros navios nesta condição foram os veleiros Ellen e Iowa de 879 toneladas, e os clipper Red Jacket (1853), Blue Jacket (1854) e o RMS Tayleur (1854) que afundou em sua primeira viagem [6].
Em 1863 foi comprado o vapor SS Royal Standard que alcançava 6/8 nós como velocidade de cruzeiro, velocidade inferior a alcançada pelos veleiros tipo clipper da época [7][1].
Para aumentar de tamanho, a White Star fundiu-se com duas outras empresas, a Black Ball e a Eagle Lines formando um conglomerado chamado Liverpool, Melbourne and Oriental Steam Navigation Company Limited. Esta fusão não prosperou e a companhia concentrou os seus serviços entre as cidades de Liverpool na Inglaterra e Nova Iorque nos Estados Unidos. Os investimentos pesados em novos navios, aliado a uma frota de envelhecida com dificuldade em competir com os navios da Cunard Line, fez com que a empresa fosse a falência em 1867, encerrando as suas atividades [1].
[editar]The Oceanic Steam Navigation Company, White Star Line
SS Atlantic (1871).
SS Teutonic partindo do porto de Liverpool.
Bovic (1892).
Megantic (1908).
Thomas Ismay, um diretor da National Line, comprou o direito do uso do logotipo, do nome e a companhia falida por £1 000 em 18 de janeiro de 1868, com a intenção de operar grandes navios no transporte de carga e passageiros no Atlântico Norte [8].
Foi feito um acordo comercial com Edward Harland construtor de navios, proprietário do estaleiro Harland and Wolff), para o fornecimento das embarcações. As primeiras encomendas foram feitas em 30 de julho de 1869. O acordo previa que a Harland and Wolff construiriam os navios a custo, mais uma percentagem fixa e não forneceriam nenhuma embarcação para os concorrentes da White Star. Em 1870 William Imrie juntou-se a sociedade.
Quatro navios foram inicialmente construídos, todos da classe Oceanic; foram eles o Oceanic I, Atlantic, Baltic, e o Republic. A linha marítima começou a operar em 1871, entre os portos de Nova Iorque e Liverpool. A cidade irlandesa de Cobh foi incluída como escala.
Enquanto o primeiro navio estava sendo construído, Thomas Ismay formou a "Oceanic Steam Navigation Company". A linha adotou para as chaminés, cores coloridas com um topo preto como sendo uma característica distintiva para os seus navios. A companhia também era identificada pela bandeira vermelha, com um corte lateral e uma estrela branca de cinco pontas no centro.
Era normal para as linhas de transporte, terem um padrão comum para os nomes dos seus navios. A White Star Line, utilizava o sufixo ic. A Cunard usava o sufixo ia.
Ainda no século 19 a White Star Line foi proprietária de navios famosos como o Britannic, Germanic, Teutonic e Majestic. Muitos destes receberiam a Fita Azul do Atlântico Norte.[9]
Em 1899, Thomas Ismay comissionou um dos navios de vapor mais bonitos construídos durante o século 19, o ''Oceanic II. Este era o primeiro navio a exceder o Great Eastern em comprimento (embora não em tonelagem). A construção deste navio marcou o ponto onde a White Star saiu da competição na velocidade com as rivais e se concentrou unicamente no conforto e na economia da operação.
No século 19 e inicio do século 20, a eficiência de motores a carvão limitava a velocidade praticável a aproximadamente 24 nós (44.4 km/h). Ir acima desta velocidade aumentava a proporção consumo-velocidade brutamente, com um consumo exagerado. Por esta razão, a White Star Line concentrou-se no conforto e na fiabilidade em vez de velocidade. Por exemplo o Titanic foi projetado para navegar a 21 nós (39 km/h), enquanto que o Mauretania(1906) da Cunard Line estabeleceu o recorde de velocidade em 1926 para 27 nós (48 km/h).
Em 1902, a White Star Line foi absorvida no International Mercantile Marine Co. (IMM), um grande conglomerado norte-americano do transporte. Por 1903, o IMM tinha conseguido absorver a American Line, Dominion Line, Atlantic Transport Line, Leyland Line, e a Red Star Line. Conseguiram também acordos de comércio com as linhas alemãs Hamburgo America e com a Norddeutscher Lloyd. Bruce Ismay cedeu o controle à IMM na cara da intensa pressão dos acionistas e de J.P. Morgan, que ameaçaram uma guerra de taxa.
A Cunard Line era a mais direta competidora à White Star Line pela sua fama e sucesso. Como parte da competição, a White Star Line começou a construção da sua série nova, a Classe Olympic; Olympic, Titanic, e Britannic. O Britannic devia originalmente ter sido nomeado Gigantic, mas seu nome foi mudado logo após o Titanic naufragar.
A história da White Star Line foi marcada por alguns desastres terríveis assim como muita má sorte. Em 1873 o Atlantic foi destruído perto de Halifax, custando 585 vidas. Em 1893, o Naronic desapareceu com 74 passageiros e tripulação após partir de Liverpool em direção a Nova Iorque. Em 1909 o Republic foi perdido após uma colisão com o navio SS Florida. Em Setembro de 1911, o Olympic envolveu-se numa colisão com o navio de guerra HMS Hawke (1891), causando grandes estragos em ambos os navios.
Em 15 de Abril de 1912, o Titanic foi perdido após uma colisão histórica com um iceberg. O primeiro navio White Star perdido durante o Primeira Guerra Mundial foi o Arabic II, atingido por torpedos perto da Irlanda em 19 de agosto 1915 morrendo 44 pessoas. No Novembro seguinte, o último navio irmão do Titanic, o Britannic foi perdido após ter embatido numa mina. Afundou-se em menos de 55 minutos com a perda de 21 vidas e foi a maior embarcação afundada na guerra. Dos três navios da Classe Olympic, dois nunca terminaram uma viagem comercial. Entretanto, o Olympic, o primeiro dos três a ser construído, teve uma carreira longa e bem sucedida e foi o único navio mercante na Primeira Guerra Mundial, a afundar um navio de guerra. Em 1934, ao navegar numa névoa, o Olympic acidentalmente abalroou o Nantucket Lightship, afundando-o e matando sete homens da tripulação.
Em 1933, a White Star e a Cunard estavam ambas em sérias dificuldades financeiras por causa da Grande Depressão, da queda dos números de passageiros e da idade avançada das suas frotas particularmente da White Star. O trabalho tinha sido parado no novo gigante da Cunards, o Hull 534 (mais tarde RMS Queen Mary), em 1931, para poupar dinheiro. Em 1933, o governo Britânico concordou em fornecer auxílio às duas linhas com a condição que se fundissem. O acordo foi completado em 30 dezembro 1933.
[editar]Cunard-White Star Limited
A união ocorreu no dia 10 de Maio 1934, criando a Cunard-White Star Limited, possuida 62% pela Cunard e 38% por credores da White Star. Em 1947, a Cunard adquiriu os 38% da Cunard White Star que ainda não possúia, e em 31 de Dezembro 1949, adquiriu os bens e as operações da Cunard White Star, e reverteu o nome para o conhecido "Cunard". Após a união de 1934, as bandeiras das duas linhas eram postas em todos os navios até 1950, com cada navio a levar a bandeira de seu proprietário original acima do outro; após 1951, somente o Britannic III e o Georgic continuaram a levar a bandeira da White Star regularmente.
Os navios restantes da White Star, Georgic e Britannic III, continuaram com a pintura e bandeira da White Star, embora abaixo da bandeira de Cunard depois de 1950 até que foram desmantelados em 1956 e 1960 respectivamente. O barco de passageiros Nomadic ainda existe e encontra-se em mãos privadas, embora seu destino seja incerto.
[editar]Navios da White Star Line
[10]
[editar]Década 1850
Red Jacket (1853)
Blue Jacket (1854)
Tayleur (1854)
Royal Standard (1863)
[editar]Década 1870
Oceanic (1870)
Atlantic (1871)
Baltic (1871)
Tropic (1871)
Asiatic (1871)
Republic (1872)
Adriatic (1872)
Celtic (1872)
Traffic (1872)
Belgic (1872)
Gaelic (1873)
Britannic (1874)
Germanic (1875)
[editar]Década 1880
Arabic (1881)
Coptic (1881)
Ionic (1883)
Doric (1883)
Belgic (1885)
Gaelic (1885)
Cufic (1885)
Imo (1889)
Teutonic (1889)
[editar]Década 1890
Majestic (1890)
Nomadic (1891)
Tauric (1891)
Magnetic (1891)
Naronic (1892)
Bovic (1892)
Gothic (1893)
Cevic (1894)
Pontic (1894)
Georgic (1895)
Delphic (1897)
Cymric (1898)
Afric (1899)
Medic (1899)
Oceanic (1899)
Persic (1899)
[editar]Década 1900
Runic (1900)
Suevic (1901)
Celtic (1901)
Athenic (1902)
Corinthic (1902)
Ionic (1902)
Cedric (1903)
Victorian (1903)
Armenian (1903)
Arabic (1903)
Romanic (1903)
Cretic (1903)
Republic (1903)
Canopic (1904)
Cufic (1904)
Baltic (1904)
Tropic (1904)
Gallic (1907)
Adriatic (1907)
Laurentic (1908)
Megantic (1909)
[editar]Década 1910
Zeeland (1910)
Nomadic (1911)
Traffic (1911)
Olympic (1911)
Belgic (1911)
Zealandic (1911)
Titanic (1912)
Quen Mary (1912)
Vaterland (1914)
Lapland (1914)
Britannic (1914)
Belgic (1911)
Vedic (1918)
Bardic (1919)
[editar]Década 1920
Gallic (1920)
Mobile (1920)
Arabic (1920)
Homeric (1920)
Haverford (1921)
Poland (1922)
Majestic (1922)
Pittsburgh (1922)
Doric (1923)
Delphic (1925)
Regina (1925)
Albertic (1927)
Calgaric (1927)
Laurentic (1927)
[editar]Década 1930
Britannic (1930)
Georgic (1932)
A White Star foi fundada na cidade de Liverpool por John Pilkington e Threlfall Henry Wilson no ano de 1845. Eles tinham como objetivo aproveitar o florescente comércio entre Grã-Bretanha e Austrália, motivada pela descoberta de ouro naquele país. A corrida do ouro começou na Austrália no início da década de 1850 [1]. Houve uma forte imigração entre os anos de 1851 e 1860 e é estimado que 484.000 pessoas vindas da Inglaterra e Gales, Escócia e Irlanda chegaram a Austrália no período [5].
RMS Tayleur (1854).
O plano de negócios da companhia previa inicialmente o fretamento e locação de navios. Os primeiros navios nesta condição foram os veleiros Ellen e Iowa de 879 toneladas, e os clipper Red Jacket (1853), Blue Jacket (1854) e o RMS Tayleur (1854) que afundou em sua primeira viagem [6].
Em 1863 foi comprado o vapor SS Royal Standard que alcançava 6/8 nós como velocidade de cruzeiro, velocidade inferior a alcançada pelos veleiros tipo clipper da época [7][1].
Para aumentar de tamanho, a White Star fundiu-se com duas outras empresas, a Black Ball e a Eagle Lines formando um conglomerado chamado Liverpool, Melbourne and Oriental Steam Navigation Company Limited. Esta fusão não prosperou e a companhia concentrou os seus serviços entre as cidades de Liverpool na Inglaterra e Nova Iorque nos Estados Unidos. Os investimentos pesados em novos navios, aliado a uma frota de envelhecida com dificuldade em competir com os navios da Cunard Line, fez com que a empresa fosse a falência em 1867, encerrando as suas atividades [1].
[editar]The Oceanic Steam Navigation Company, White Star Line
SS Atlantic (1871).
SS Teutonic partindo do porto de Liverpool.
Bovic (1892).
Megantic (1908).
Thomas Ismay, um diretor da National Line, comprou o direito do uso do logotipo, do nome e a companhia falida por £1 000 em 18 de janeiro de 1868, com a intenção de operar grandes navios no transporte de carga e passageiros no Atlântico Norte [8].
Foi feito um acordo comercial com Edward Harland construtor de navios, proprietário do estaleiro Harland and Wolff), para o fornecimento das embarcações. As primeiras encomendas foram feitas em 30 de julho de 1869. O acordo previa que a Harland and Wolff construiriam os navios a custo, mais uma percentagem fixa e não forneceriam nenhuma embarcação para os concorrentes da White Star. Em 1870 William Imrie juntou-se a sociedade.
Quatro navios foram inicialmente construídos, todos da classe Oceanic; foram eles o Oceanic I, Atlantic, Baltic, e o Republic. A linha marítima começou a operar em 1871, entre os portos de Nova Iorque e Liverpool. A cidade irlandesa de Cobh foi incluída como escala.
Enquanto o primeiro navio estava sendo construído, Thomas Ismay formou a "Oceanic Steam Navigation Company". A linha adotou para as chaminés, cores coloridas com um topo preto como sendo uma característica distintiva para os seus navios. A companhia também era identificada pela bandeira vermelha, com um corte lateral e uma estrela branca de cinco pontas no centro.
Era normal para as linhas de transporte, terem um padrão comum para os nomes dos seus navios. A White Star Line, utilizava o sufixo ic. A Cunard usava o sufixo ia.
Ainda no século 19 a White Star Line foi proprietária de navios famosos como o Britannic, Germanic, Teutonic e Majestic. Muitos destes receberiam a Fita Azul do Atlântico Norte.[9]
Em 1899, Thomas Ismay comissionou um dos navios de vapor mais bonitos construídos durante o século 19, o ''Oceanic II. Este era o primeiro navio a exceder o Great Eastern em comprimento (embora não em tonelagem). A construção deste navio marcou o ponto onde a White Star saiu da competição na velocidade com as rivais e se concentrou unicamente no conforto e na economia da operação.
No século 19 e inicio do século 20, a eficiência de motores a carvão limitava a velocidade praticável a aproximadamente 24 nós (44.4 km/h). Ir acima desta velocidade aumentava a proporção consumo-velocidade brutamente, com um consumo exagerado. Por esta razão, a White Star Line concentrou-se no conforto e na fiabilidade em vez de velocidade. Por exemplo o Titanic foi projetado para navegar a 21 nós (39 km/h), enquanto que o Mauretania(1906) da Cunard Line estabeleceu o recorde de velocidade em 1926 para 27 nós (48 km/h).
Em 1902, a White Star Line foi absorvida no International Mercantile Marine Co. (IMM), um grande conglomerado norte-americano do transporte. Por 1903, o IMM tinha conseguido absorver a American Line, Dominion Line, Atlantic Transport Line, Leyland Line, e a Red Star Line. Conseguiram também acordos de comércio com as linhas alemãs Hamburgo America e com a Norddeutscher Lloyd. Bruce Ismay cedeu o controle à IMM na cara da intensa pressão dos acionistas e de J.P. Morgan, que ameaçaram uma guerra de taxa.
A Cunard Line era a mais direta competidora à White Star Line pela sua fama e sucesso. Como parte da competição, a White Star Line começou a construção da sua série nova, a Classe Olympic; Olympic, Titanic, e Britannic. O Britannic devia originalmente ter sido nomeado Gigantic, mas seu nome foi mudado logo após o Titanic naufragar.
A história da White Star Line foi marcada por alguns desastres terríveis assim como muita má sorte. Em 1873 o Atlantic foi destruído perto de Halifax, custando 585 vidas. Em 1893, o Naronic desapareceu com 74 passageiros e tripulação após partir de Liverpool em direção a Nova Iorque. Em 1909 o Republic foi perdido após uma colisão com o navio SS Florida. Em Setembro de 1911, o Olympic envolveu-se numa colisão com o navio de guerra HMS Hawke (1891), causando grandes estragos em ambos os navios.
Em 15 de Abril de 1912, o Titanic foi perdido após uma colisão histórica com um iceberg. O primeiro navio White Star perdido durante o Primeira Guerra Mundial foi o Arabic II, atingido por torpedos perto da Irlanda em 19 de agosto 1915 morrendo 44 pessoas. No Novembro seguinte, o último navio irmão do Titanic, o Britannic foi perdido após ter embatido numa mina. Afundou-se em menos de 55 minutos com a perda de 21 vidas e foi a maior embarcação afundada na guerra. Dos três navios da Classe Olympic, dois nunca terminaram uma viagem comercial. Entretanto, o Olympic, o primeiro dos três a ser construído, teve uma carreira longa e bem sucedida e foi o único navio mercante na Primeira Guerra Mundial, a afundar um navio de guerra. Em 1934, ao navegar numa névoa, o Olympic acidentalmente abalroou o Nantucket Lightship, afundando-o e matando sete homens da tripulação.
Em 1933, a White Star e a Cunard estavam ambas em sérias dificuldades financeiras por causa da Grande Depressão, da queda dos números de passageiros e da idade avançada das suas frotas particularmente da White Star. O trabalho tinha sido parado no novo gigante da Cunards, o Hull 534 (mais tarde RMS Queen Mary), em 1931, para poupar dinheiro. Em 1933, o governo Britânico concordou em fornecer auxílio às duas linhas com a condição que se fundissem. O acordo foi completado em 30 dezembro 1933.
[editar]Cunard-White Star Limited
A união ocorreu no dia 10 de Maio 1934, criando a Cunard-White Star Limited, possuida 62% pela Cunard e 38% por credores da White Star. Em 1947, a Cunard adquiriu os 38% da Cunard White Star que ainda não possúia, e em 31 de Dezembro 1949, adquiriu os bens e as operações da Cunard White Star, e reverteu o nome para o conhecido "Cunard". Após a união de 1934, as bandeiras das duas linhas eram postas em todos os navios até 1950, com cada navio a levar a bandeira de seu proprietário original acima do outro; após 1951, somente o Britannic III e o Georgic continuaram a levar a bandeira da White Star regularmente.
Os navios restantes da White Star, Georgic e Britannic III, continuaram com a pintura e bandeira da White Star, embora abaixo da bandeira de Cunard depois de 1950 até que foram desmantelados em 1956 e 1960 respectivamente. O barco de passageiros Nomadic ainda existe e encontra-se em mãos privadas, embora seu destino seja incerto.
[editar]Navios da White Star Line
[10]
[editar]Década 1850
Red Jacket (1853)
Blue Jacket (1854)
Tayleur (1854)
Royal Standard (1863)
[editar]Década 1870
Oceanic (1870)
Atlantic (1871)
Baltic (1871)
Tropic (1871)
Asiatic (1871)
Republic (1872)
Adriatic (1872)
Celtic (1872)
Traffic (1872)
Belgic (1872)
Gaelic (1873)
Britannic (1874)
Germanic (1875)
[editar]Década 1880
Arabic (1881)
Coptic (1881)
Ionic (1883)
Doric (1883)
Belgic (1885)
Gaelic (1885)
Cufic (1885)
Imo (1889)
Teutonic (1889)
[editar]Década 1890
Majestic (1890)
Nomadic (1891)
Tauric (1891)
Magnetic (1891)
Naronic (1892)
Bovic (1892)
Gothic (1893)
Cevic (1894)
Pontic (1894)
Georgic (1895)
Delphic (1897)
Cymric (1898)
Afric (1899)
Medic (1899)
Oceanic (1899)
Persic (1899)
[editar]Década 1900
Runic (1900)
Suevic (1901)
Celtic (1901)
Athenic (1902)
Corinthic (1902)
Ionic (1902)
Cedric (1903)
Victorian (1903)
Armenian (1903)
Arabic (1903)
Romanic (1903)
Cretic (1903)
Republic (1903)
Canopic (1904)
Cufic (1904)
Baltic (1904)
Tropic (1904)
Gallic (1907)
Adriatic (1907)
Laurentic (1908)
Megantic (1909)
[editar]Década 1910
Zeeland (1910)
Nomadic (1911)
Traffic (1911)
Olympic (1911)
Belgic (1911)
Zealandic (1911)
Titanic (1912)
Quen Mary (1912)
Vaterland (1914)
Lapland (1914)
Britannic (1914)
Belgic (1911)
Vedic (1918)
Bardic (1919)
[editar]Década 1920
Gallic (1920)
Mobile (1920)
Arabic (1920)
Homeric (1920)
Haverford (1921)
Poland (1922)
Majestic (1922)
Pittsburgh (1922)
Doric (1923)
Delphic (1925)
Regina (1925)
Albertic (1927)
Calgaric (1927)
Laurentic (1927)
[editar]Década 1930
Britannic (1930)
Georgic (1932)
Titanic á História
O RMS Titanic foi um navio transatlântico da Classe Olympic operado pela White Star Line e construído nos estaleiros da Harland and Wolff em Belfast, na Irlanda do Norte. Na noite de 14 de abril de 1912, durante sua viagem inaugural, entre Southampton, na Inglaterra, e Nova York, nos Estados Unidos, chocou-se com um iceberg no Oceano Atlântico e afundou duas horas e quarenta minutos depois, já na madrugada do dia 15 de abril. Até o seu lançamento em 1912, ele fora o maior navio de passageiros do mundo.
Com 2.240 pessoas a bordo,[2] o naufrágio resultou na morte de 1.523 pessoas, hierarquizando-o como uma das piores catástrofes marítimas de todos os tempos. O Titanic provinha de algumas das mais avançadas tecnologias disponíveis da época e foi popularmente referenciado como "inafundável" - na verdade, um folheto publicitário de 1910, da White Star Line, sobre o Titanic, alegava que ele fora "concebido para ser inafundável". Foi um grande choque para muitos o fato de que, apesar da tecnologia avançada e experiente tripulação, o Titanic não só tenha afundado como causado grande perda de vidas humanas. O frenesi dos meios de comunicação social sobre as vítimas famosas do Titanic, as lendas sobre o que aconteceu a bordo do navio, as mudanças resultantes no direito marítimo, bem como a descoberta do local do naufrágio em 1985 por uma equipe liderada pelo Dr. Robert Ballard fizeram a história do Titanic persistir famosa desde então.
O fascínio pela trágica história do famoso transatlântico ficou demonstrado quando da exibição do filme Titanic, de James Cameron. Exibido em fins de 1997 e durante todo o ano de 1998, o longa-metragem de 194 minutos de duração, com orçamento recorde de US$ 200 milhões, arrebatou 11 Oscars e encantou platéias do mundo inteiro, resultando numa das maiores bilheterias da história do cinema, somando um total de US$ 1,9 bilhões. Com o sucesso do filme, o interesse pelo Titanic intensificou-se ainda mais, surgindo centenas de livros, estudos, debates e novas teorias a respeito da causa do naufrágio.O Titanic foi construído nos estaleiros da Harland and Wolff, em Belfast, Irlanda do Norte, destinado a competir com os navios Lusitânia e Mauritânia da empresa rival Cunard Line. O Titanic, juntamente com os seus irmãos da classe Olympic, o Olympic e o ainda em construção Britannic (originalmente chamado de Gigantic), se destinavam a ser os maiores e mais luxuosos navios a operar. Os projetistas foram Lorde William Pirrie,[3] diretor de tanto a Harland and Wolff como da White Star, o arquiteto naval Thomas Andrews, gerente de construção e chefe do departamento de design da Harland and Wolff,[4] e Alexander Carlisle, o projetista chefe e gerente geral do estaleiro.[5] As responsabilidades de Carlisle incluiam as decorações, os equipamentos e arranjos gerais, incluindo a implementação de um sistema eficiente de turcos para os botes. Carlisle iria deixar o projeto em 1910, antes dos navios serem lançados, quando ele se tornou um acionista na Welin Davit & Engineering Company Ltd, a companhia que produzia os turcos.[6]
Comparação de tamanho entre o Titanic, um Airbus A380, um ônibus, um carro e uma pessoa.
A construção do RMS Titanic, financiada pelo americano J. P. Morgan e sua companhia International Mercantile Marine Co., começou em 31 de março de 1909. O casco do Titanic foi lançado ao mar no dia 31 de maio de 1911, e sua equipagem foi concluída em 31 de março do ano seguinte. Seu comprimento total era de 269,10 m, sua largura era de 28 m, com tonelagem bruta de 46.328 T e altura, da linha d'água até o deque de botes, de 18 metros. O Titanic estava equipado com dois motores de quatro cilindros de expansão tripla, invertido com motores a vapor e uma turbina de baixa pressão Parsons de três hélices. Havia 29 caldeiras alimentadas por 159 fornos de carvão a combustão que tornaram possível a velocidade máxima de 23 nós (43 km/h). Apenas três das quatro chaminés de 19 metros de altura eram funcionais; a quarta chaminé servia apenas para ventilação; foi adicionada para dar ao navio uma aparência mais impressionante. O navio podia transportar um total de 3.547 pessoas, entre passageiros e tripulação.
[editar]Recursos
A academia de ginástica do Titanic.
A Grande Escadaria da Primeira Classe a bordo do Olympic, idêntica a do Titanic.
O Titanic superou todos os seus rivais em termos de luxo e a opulência. A seção da Primeira-classe tinha uma piscina, um ginásio, uma quadra de squash, banhos turcos, banhos elétricos e o Café Verandah. As salas comuns da Primeira-classe foram adornadas com painéis de madeira esculpidos, móveis caros e outras decorações. Além disso, o Café Parisien oferecia culinária aos passageiros da primeira-classe, com uma varanda iluminada pelo Sol.[7] Havia bibliotecas e cabeleireiros tanto na primeira como na segunda classe.[8] A sala geral da terceira-classe tinha painéis de pinheiro e móveis robustos. O Titanic incorporou recursos tecnológicos avançados para a época. Ele tinha três elevadores elétricos, dois na Primeira-classe e um na Segunda-classe. Ele também tinha um subsistema elétrico alimentado por geradores a base de vapor, uma fiação elétrica que cobria todo o navio e dois rádios Marconi, incluindo um de 1.500 W manejado por dois operadores que trabalhavam em turnos, permitindo contato constante e a transmissão de muitas mensagens dos passageiros.[9]
[editar]Botes
Em sua viagem inaugural, o Titanic carregava um total de 20 botes salva-vidas de três tipos diferentes:[10]
Botes 1 e 2: cúteres de madeira de emergência: capacidade para 40 pessoas.[11]
Botes 3 a 16: botes de madeira: capacidade para 65 pessoas[11]
Botes A, B, C e D: botes "desmontáveis" Englehardt: capacidade para 47 pessoas.[11]
Os botes salva-vidas eram predominantemente guardados em calços no convés dos botes, conectados aos turcos. Todos os botes, incluindo os desmontáveis, foram colocados no navio por um enorme guindaste em Belfast. Aqueles no lado estibordo tinham os números pares, 2– 16, da proa a popa, enquanto aqueles do lado bombordo tinham os números ímpares,1 –15, da proa a popa. Os cúteres de emergência (botes 1 e 2) ficavam balançando do lado de fora do navio, prontos para uso imediato, enquanto os botes desmontáveis C e D ficavam no convés dos botes, ao lado dos botes 1 e 2, respectivamente. Os botes desmontáveis A e B ficavam guardados no telhado dos alojamentos dos oficiais, em ambos os lados da chaminé 1. Entretanto, não havia turcos montados nos alojamentos dos oficiais para abaixar os botes, e eles eram pesados mesmo vazios. Durante o naufrágio, abaixar os desmontáveis A e B foi difícil já que primeiro era necessário deslizá-los por sobre vigas e/ou remos até o convés dos botes. Durante esse procedimento, o desmontável B emborcou e subsequentemente ficou flutuando de cabeça para baixo.[11]
Na fase de projeto, Carlisle sugeriu que o Titanic usasse um novo, e maior, tipo de turco, fabricado pela Welin Davit & Engineering Co Ltd, com cada um podendo segurar quatro botes. 16 conjuntos desses turcos foram instalados, dando ao Titanic a capacidade de carregar 64 botes de madeira[12]—uma capacidade total de mais de 4.000 pessoas, comparada a capacidade total do Titanic de por volta de 3.600 passageiros e tripulação. Entretanto, a White Star Line decidiu que apenas 16 botes salva-vidas (16 sendo o mínimo requerido pela Board of Trade, baseado na tonelagem do Titanic) seriam carregados (também havia quatro botes dobráveis, chamados de desmontáveis), que poderiam acomodar apenas 1.178 pessoas (33% de capacidade total do Titanic). Na época, as regulações da Board of Trade diziam que os navios britânicos com mais de 10.000 toneladas deveriam carregar 16 botes com uma capacidade de 160 metros cúbicos, mais uma capacidade para 75% daquelas dos botes em jangadas e flutuadores (ou 50% caso o navio possuísse anteparas estanques). Dessa forma, a White Star Line providenciou mais acomodações em botes do que era legalmente necessário.
Os regulamentos não haviam sido alterados para navios maiores desde 1894, quando o maior navio de passageiros sob consideração era o Lucania, da Cunard, com 13.000 T. Sir Alfred Chalmers, conselheiro náutico da Board of Trade de 1896 até 1911, tinha considerado o assunto "de tempos em tempos", porém, por achar que marinheiros experientes teriam de ser levados "desnecessariamente" a bordo dos navios por nenhum outro motivo além de manejar e abaixar os botes, ele não considerou necessário aumentar a escala.[13]
Carlisle disse ao inquérito oficial que ele havia discutido o assunto com J. Bruce Ismay, o diretor da White Star, porém Ismay disse que ele nunca ouviu nada do tipo, nem de notar de tal disposição nas plantas que ele havia inspecionado.[6][14] Dez dias antes da viagem inaugural, Axel Welin, fabricante dos turcos do Titanic, anunciou que seus equipamentos haviam sido instalados porque os donos do navio sabiam das futuras mudanças nos regulamentos, porém Harold Sanderson, vice-presidente da Marinha Mercante Internacional e antigo gerente geral da White Star Line, negou que essa havia sido a intenção.[15]
[editar]Bombas
O Titanic foi equipado com Cinco Bombas de Lastro, usadas para equilibrar o navio, e três de esgoto.[16] Dois canos principais de lastro, de 250 mm, corriam por toda a extensão do navio e válvulas controlando a distribuição de água eram operadas do convés das anteparas.[17] A capacidade total de bombeamento de todas as oito bombas era de 425.000 galões por hora.[16] Durante o desastre, os engenheiros reportaram que as bombas conseguiram retardar a inundação da sala da caldeira n° 6 nos primeiros dez minutos após a colisão. As bombas também mantiveram o ritmo da inundação da sala da caldeira n° 5. Isso não indica que o navio poderia manter sua flutuabilidade indefinitivamente, porém, enquanto as bombas tivessem vapor para alimentá-las, o navio poderia retardar a inundação. O Titanic não poderia naufragar até essas seções estarem completamente inundadas, anulando o efeito das bombas. Isso não ocorreu até as 23:50 da noite do naufrágio.
[editar]Comparações com o Olympic
O Titanic e o Olympic em construção.
O Titanic era muito semelhante ao seu irmão mais velho Olympic. Embora possuísse maior espaço interno, e, por consequência fosse mais pesado, o casco era exatamente do mesmo comprimento que o do Olympic. Mas havia algumas diferenças. Duas das mais notáveis eram que mais da metade da parte da frente do deque A de passeio do Titanic fora substituída por janelas basculantes e a configuração das janelas do deque B diferia das do Olympic. O Titanic tinha um restaurante especial chamado Café Parisien, uma característica que o Olympic não tivera até 1913. Alguns dos defeitos encontrados no Olympic, tais como o rangido na inversão para a marcha ré, foram corrigidos no Titanic. As luzes e a iluminação natural do deque A eram arredondadas; enquanto que no Olympic elas eram ovais. A Ponte de comando do Titanic era maior e mais longa que a do Olympic.[18] Essas, e outras modificações, fizeram do Titanic 1.004 toneladas brutas maior que o Olympic e assim, o maior navio em atividade em todo o mundo durante sua viagem inaugural em Abril de 1912."
[editar]História do navio
[editar]Testes marítimos
Os testes marítmos do Titanic ocorreram pouco tempo depois dele ter sido equipado nos estaleiros da Harland & Wolff. Os testes estavam agendados para começar às 10:00 de segunda-feira, 1 de abril, nove dias antes de partir de Southampton para sua viagem inaugural. Porém, as más condições do tempo adiaram os testes para o dia seguinte.[19]
A bordo do Titanic estavam 78 foguistas, graxeiros, bombeiros e 41 membros da tripulação. Ninguém da equipe doméstica parecia estar a bordo. Representantes de várias companhias viajaram no Titanic durante os testes, incluindo Harold Sanderson, Thomas Andrews e Edward Wilding, da Harland & Wolff. Bruce Ismay e Lorde Pirrie estavam muito doentes para comparecer. Jack Phillips e Harold Bride serviram como operadores de rádio e ajustaram o equipamento Marconi. O Sr. Carruthers, um inspetor da Board of Trade, também estava presente para ver se tudo estava funcionando, e se o navio estava apto a receber passageiros. Depois dos testes, ele assinou um "Acordo e Contas de Viagens e Tripulação", válido por 12 meses, declarando que o navio estava apto para viajar.[20]
[editar]Viagem inaugural
Titanic deixando o porto Southampton, Inglaterra, com destino à cidade de Nova Iorque.
O navio iniciou a sua viagem inaugural de Southampton, na Inglaterra, com destino à cidade de Nova York, nos Estados Unidos, na quarta-feira, 10 de Abril de 1912, com o Capitão Edward J. Smith no comando.[1] Assim que o Titanic deixou o cais, sua esteira provocou a aproximação do SS New York, que estava ancorado nas proximidades, rompendo as suas amarras e quase se chocando com o navio, antes que rebocadores levassem o New York para longe. O incidente atrasou a partida em meia hora.[21] Depois de atravessar o Canal da Mancha, o Titanic parou em Cherbourg, França, para receber mais passageiros e parou novamente no dia seguinte em Queenstown (hoje conhecida como Cobh), na Irlanda.[1] Já que as instalações do porto em Queenstown eram inadequadas para um navio de seu tamanho, o Titanic teve de ancorar ao largo (fora do porto), com pequenos botes levando os passageiros e bagagens até ele. Quando finalmente partiu para Nova Iorque, havia 2.240 pessoas a bordo.[22]
John Coffey, um foguista de 23 anos, saltou para fora do navio em Queenstown, escondendo-se em um dos botes no meio das sacolas de cartas que estavam destinadas ao continente. Nativo da cidade, ele provavelmente se juntou ao navio com essa intenção, porém mais tarde ele afirmou que o motivo dele ter saído do Titanic era um mau presságio que havia tido. Mais tarde, Coffey se juntou à tripulação do Mauretania.
Capitão Edward J. Smith, oficial comandante do Titanic.
Na viagem inaugural do Titanic, algumas das mais importantes pessoas da época estavam viajando na Primeira-classe. Entre elas estavam o milionário John Jacob Astor IV e sua esposa Madeleine Force Astor, industrialista Benjamin Guggenheim, o dono da Macy's Isidor Strauss e sua esposa Ida, a milionária Margaret "Molly" Brown (conhecida mais tarde como "Inafundável Molly Brown" devido a seus esforços para ajudar outros passageiros durante o naufrágio), Sir Cosmo Duff-Gordon e sua esposa Lucy, Lady Duff-Gordon, George Dunton Widener com sua esposa Eleanor e seu filho Harry, jogador de criquete e empresário John Borland Thayer com sua esposa Marian e seu filho de 17 anos Jack, jornalista William Thomas Stead, a Condessa Noël Leslie, o assessor presidencial Archibald Butt, escritora Helen Churchill Candee, escritor Jacques Futrelle e sua esposa May, produtores Henry e Rene Harris, a atriz Dorothy Gibson, entre outros.[23] O banqueiro J. P. Morgan estava agendado para viajar na viagem inaugural, porém cancelou no último minuto. Viajando na primeira classe a bordo do navio estavam o diretor da White Star Line, J. Bruce Ismay, e o construtor do navio, Thomas Andrews, que estava a bordo para observar qualquer problema e avaliar a performance geral do navio.[23]
[editar]Naufrágio
Rota e localização do RMS Titanic.
Ao anoitecer de domingo, 14 de abril, a temperatura tinha caído para quase congelamento e o oceano estava calmo. A Lua não era visível (estando dois dias antes da Lua Nova), e o céu estava limpo. O Capitão Smith, em resposta aos avisos de icebergs recebidos pelo rádio nos dias anteriores, traçou um novo curso que levava o navio um pouco mais o sul. Às 13:45 daquele dia, uma mensagem do Amerika avisou que grandes icebergs estavam no caminho do Titanic, porém, já que Jack Phillips e Harold Bride, os operadores do dispositivo Marconi de rádio, eram empregados da Marconi e pagos para retransmitir mensagens de e para os passageiros, eles não estavam focados em retransmitir para a ponte mensagens "não essenciais" sobre gelo. Mais tarde naquela noite, outro aviso de um grande número de icebergs, desta vez do Mesaba, também não chegou à ponte.
Às 23h40, enquanto navegavam a 640 km dos Grandes Bancos da Terra Nova, os vigias do mastro, Frederick Fleet e Reginald Lee, avistaram um iceberg bem em frente do navio. Fleet imediatamente tocou o sino de alerta do mastro três vezes e ergueu o comunicador para falar com a Ponte. Preciosos segundos se perderam até que o comunicador foi atendido pelo Sexto Oficial Paul Moody onde Fleet gritou "Iceberg bem em frente". O Primeiro Oficial William Murdoch deu ao timoneiro Robert Hitchens a ordem de "tudo a bombordo" (esquerda), e ajustou as máquinas para ré ou para parar, o testemunho dos sobreviventes é conflituoso.[24][25] A proa do navio começou a deslocar-se do obstáculo e, 47 segundos após o avistamento do iceberg, houve o choque. O iceberg "arranhou" o lado estibordo (direito) do navio, deformando e cortando o casco, e soltando os rebites abaixo da linha d'água por uma extensão de 90 m. Enquanto a água entrava nos compartimentos dianteiros, Murdoch acionou o fechamento das portas à prova d'água. O navio conseguiria ficar flutuando com quatro compartimentos inundados, mas os cinco primeiros compartimentos foram rasgados e estavam fazendo água. Os compartimentos inundados faziam a proa do navio ficar mais pesada, causando a entrada de mais água. Vinte minutos após a colisão, a proa já começava a inclinar. Além disso, por volta de 130 minutos após a colisão, a água começou a passar do sexto para o sétimo compartimento sobre a antepara que as dividia. O Capitão Smith, alertado pelo solavanco do impacto, chegou à ponte e ordenou parada total. Pouco depois da meia-noite de 15 de abril, após uma inspeção feita por oficiais do navio e por Thomas Andrews, foi ordenado que os botes fossem preparados para lançamento e que sinais de socorro começassem a ser enviados.
Fotografia de um iceberg na vizinhança do local do naufrágio do Titanic, tirada em 15 de abril de 1912 pelo camareiro chefe do Prinz Adalbert que disse que o iceberg possuia tinta vermelha igual àquela encontrada no casco do Titanic.
Os operadores de rádio Harold Bride e Jack Phillips estavam ocupados enviando sinais de socorro CQD, e mais tarde SOS. Vários navios responderam ao chamado, incluindo o navio irmão do Titanic, o Olympic, porém nenhum estava perto o bastante para chegar a tempo.[26] O navio mais perto a responder o chamado foi o Carpathia, a 93 km de distância, que poderia chegar em quatro horas — tarde demais para resgatar todos os passageiros do Titanic. O único local em terra que recebeu o pedido de socorro do Titanic foi a estação de Cabo Race, em Terra Nova.[27]
Da ponte, as luzes de um outro navio podiam ser vistas no lado bombordo. A identidade desse navio permanece um mistério até hoje, porém há teorias sugerindo que o navio em questão era o SS Californian.[28] Já que o navio não estava respondendo aos chamados do rádio, o Quarto Oficial Joseph Boxhall e o Contramestre Rowe tentaram sinalizar com um lâmpada Morse e mais tarde com fogos de artifício, porém o navio nunca respondeu.[29] O Californian, que estava por perto e havia parado pela noite por causa do gelo, também viu luzes à distância. O rádio do Californian havia sido desligado e o operador havia ido dormir. Pouco antes de ir dormir às 23:00, o operador do rádio do Californian tentou avisar o Titanic de que havia gelo à frente, porém ele foi interrompido por um exausto Phillips, que respondeu dizendo: "Cale a boca, cale a boca, estou ocupado; estou trabalhando Cabo Race", referindo-se a estação de rádio na Terra Nova.[30] Quando os oficiais do Californian avistaram o navio, eles tentaram sinalizar com uma lâmpada Morse, porém pareceu que não foram respondidos. Mais tarde, eles notaram os sinais de socorro do Titanic sobre as luzes e informaram o Capitão Stanley Lord. Apesar de ter havido muita discussão sobre o navio misterioso, que para os oficiais em serviço parecia estar se movendo para longe, ninguém do Californian acordou o operador de rádio até de manhã.[29]
[editar]Botes lançados
Ilustração do afundamento do Titanic por Willy Stöwer
Às 0h05, o Comandante Smith reuniu os oficiais e informou-os do ocorrido. Solicitou que os passageiros fossem acordados e que se dirigissem ao convés onde se encontravam os botes salva-vidas para serem evacuados. Sabiam que o número de botes era suficiente para apenas pouco mais da metade das pessoas a bordo e por isso pediu para não haver pânico. Os empregados começaram a passar de cabine em cabine na primeira e segunda classes, acordando os passageiros, solicitando para colocarem os coletes salva-vidas e se dirigissem ao convés dos botes imediatamente. Enquanto isso, os passageiros da terceira classe permaneciam reunidos e trancados no grande salão da terceira classe junto à popa (parte de trás do navio). Muitos passageiros revoltaram-se, e alguns aventuraram-se pelos labirintos de corredores no interior do navio para tentar encontrar outra saída. Alguns conseguiram escapar com vida, mas muitos deles acabaram sepultados dentro do Titanic. A evacuação havia sido feita de acordo com as classes sociais a que os passageiros pertenciam, valor até então aceitável.
Às 0h31, os botes começam a ser preenchidos com "mulheres e crianças primeiro". Os primeiros botes foram lançados sem alcançar a lotação máxima. Lightoller segue com rigor as ordens de embarcar somente mulheres e crianças. Entretanto, a estibordo do navio o Primeiro Oficial Murdock permitia a entrada de homens solteiros e casais nos botes, após a entrada de mulheres e crianças, e fazia os botes descer completamente cheios, mesmo com homens, e, por isso, muitos homens que se salvaram devem a sua vida a esse oficial. Alguns sobreviventes relataram que a sensação ao caminhar no convés de botes era como a de estar descendo um monte.
Como o navio mais próximo não respondia nem aos sinais do telégrafo nem aos sinais da lanterna, às 0h45 o Capitão Smith manda disparar os foguetes de sinalização. É arriado o primeiro bote salva-vidas nº 7, com apenas 27 pessoas. A fim de evitar o pânico, o capitão solicitou que a orquestra de bordo viesse tocar junto ao convés dos botes para acalmar os passageiros. A tradição diz que a banda foi para o fundo a tocar "Nearer My God to Thee". Segundo o testemunho do segundo operador de rádio, estava a tocar "Autumn", um hino episcopal.
Enquanto isso, Thomas Andrews tentava ajudar do jeito que podia, ensinando os passageiros a porem os coletes salva-vidas, mesmo sabendo que seu esforço não salvaria muitas vidas.
Às 1h25, a inclinação do convés fica maior. Ordens são dadas para que os botes desçam mais cheios. Thomas Andrews, o engenheiro-chefe, ajuda na decida dos botes fazendo com que eles sejam devidamente cheios. A água já atinge o nome do Titanic pintado na proa. O navio começa a se inclinar para bombordo. Andrews é visto pela última vez na sala para fumantes da primeira classe.
Enquanto que nos primeiros botes tinha que se implorar para que as pessoas entrassem, fazendo muitos deles descer praticamente vazios, nos últimos o tumulto era bem visível. Relatam-se tiros para conter os mais afoitos. Faltando pouco mais de dois botes para deixar o navio, os passageiros da terceira classe são liberados. Restavam apenas esses dois botes e os dois desmontáveis que ficavam junto à base da primeira chaminé. Devido a confusão, Lightoller sacode sua pistola no ar e provavelmente atira para manter o controle durante a decida do desmontável ´´D``. A água gélida já invadia os conveses quando os botes desmontáveis conseguiram ser lançados.
[editar]Minutos finais
Às 2h05, é arriado o último bote salva-vidas, o desmontável "D", com 44 pessoas. Às 2h10, é enviado o último sinal pelos telegrafistas. O Capitão Smith ordena "cada um por si" e não é mais visto por ninguém. Já com a proa mergulhada no mar e a água a atingir o convés de botes, o pânico é geral. Heroicamente, os operários da sala de eletricidade resistem até ao final para manter as luzes enquanto podem. Às 2h18, as luzes do navio piscam uma vez e depois apagam-se para sempre.
Na primeira chaminé, os cabos de sustentação, não aguentando mais a pressão sobre eles, rebentam, e a chaminé tomba na água, esmagando dezenas de pessoas nos convés e na água, inclusive, John Jacob Astor IV, homem mais rico no navio. O mesmo acontece com a segunda chaminé. A inclinação do navio chega aos 19° e a água gélida avança rapidamente, arrasando tudo o que há pela frente. Muitos são sugados pelas janelas para dentro do navio pela força das águas. A popa do Titanic sobe, mostrando suas imponentes hélices de bronze. Quando a inclinação chega ao 29°, maior fica a pressão exercida no centro do navio, que não suportando a pressão, sofre ruptura do casco junto à terceira chaminé, dividindo o barco em dois. A popa, pesando vinte mil toneladas, desaba por cima de dezenas de passageiros, esmagando-os. Quando a proa submerge, arrasta a popa, deixando-a na vertical; segundos depois, a proa desprende-se da popa e mergulha para as profundezas. A popa então sobe alguns metros e fica parada. Muitos passageiros se seguram como podem, enquanto alguns, não aguentando, caem violentamente entre as ferragens da popa em vertical. Depois de dois minutos emersa, a popa começa a descer, levando consigo dezenas de passageiros. Às 2h20 o navio mergulha a pique pelas profundezas do oceano.
[editar]Resgate dos sobreviventes
Categoria Pessoas a Bordo Número de Sobreviventes Percentual de Sobreviventes Número de Mortos Percentual de Mortes
Primeira Classe 329 199 60.5 % 130 39.5 %
Segunda Classe 285 119 41.7 % 166 58.3 %
Terceira Classe 710 174 24.5 % 536 75.5 %
Tripulação 899 214 23.8 % 685 76.2 %
Total 2.228 706 31.8 % 1.522 68.2 %
Dos botes, os passageiros assistem às sombras do navio afundado para sempre no meio de milhares de gritos de pavor e pânico. Mais de 1.500 pessoas estavam agora lançadas à água congelante. Após a popa desaparecer, alguns segundos de silêncio são seguidos por uma fina névoa branca acinzentada sobre o local do naufrágio. Esta névoa foi provocada pela fuligem do carvão e pelo vapor que ainda havia no interior do navio. O silêncio que parecia imenso deu lugar a uma infinita gritaria por pedidos de socorro. Os que não morreram durante o naufrágio agora lutavam para se manter vivos nas águas, tentando agarrar qualquer coisa que boiasse. Aos passageiros dos botes não restava nada a fazer a não ser esperar passivamente por socorro. Mas um bote não se limitou esperar. O bote número 14 comandado pelo Quinto Oficial Harold Lowe aproximou-se de outro, transferiu os seus passageiros e retornou ao local do naufrágio para recolher alguns possíveis sobreviventes. Praticamente todos já haviam morrido de hipotermia. Apenas 6 pessoas foram resgatadas ainda com vida.
Um dos dois botes desmontáveis cheio de sobreviventes
Às 4h10, de 15 de Abril de 1912, o navio Carpathia resgata o primeiro bote salva-vidas. No local, apenas duas dezenas de botes flutuando dispersos entre os destroços. Assim que os primeiros raios de Sol surgiram no horizonte, outros navios começaram a chegar na área do naufrágio. Entre eles, o Californian. Mas nada mais havia a fazer a não ser resgatar os corpos que boiavam. A recolha do último salva-vidas, o desmontável B, que estava virado de proa para baixo, aconteceu às 8h30. O Carpathia rumou a Nova Iorque com os sobreviventes pelas 8h50. Das 2.223 pessoas a bordo, apenas 706 foram resgatadas. Mais de 1.500 (1517) morreram (quatro portugueses, três originários da ilha da Madeira e um radicado em Londres). Os tripulantes sobreviventes receberam cuidados no American Seamen's Friend Society Sailors' Home and Institute (Lar e Instituto da Sociedade Americana dos Amigos dos Marinheiros), sede da Sociedade Americana dos Amigos dos Marinheiros.
Depois disso, o nome Titanic, ficou como símbolo de uma das maiores tragédias marítimas da História. O Capitão Smith e o engenheiro-chefe Thomas Andrews permaneceram no navio. No entanto, Bruce Ismay, Presidente da White Star Line, embarcou num dos últimos botes que deixou o navio. A sociedade da época nunca o perdoaria por ter tomado esta atitude.
[editar]Conclusões dos relatórios de inquérito
Monumento às vitimas do RMS Titanic, em Washington D.C.
Para a Comissão de Inquérito dos EUA foram 1.517 vítimas, para a Câmara de Comércio Britânica foram 1.503 vítimas, enquanto que para a Comissão de Inquérito Britânica foram 1.490 vítimas. O número da Câmara de Comércio Britânica parece o mais convincente, descontado o fogueiro Joseph Coffy e o cozinheiro Will Briths Jr., que desertaram em Queenstown. Dois inquéritos posteriores viriam a julgar os culpados pela tragédia: um britânico e quatro estadunidenses. Com a perda do Titanic e das centenas de pessoas dessa tragédia, as leis que regiam a construção de transatlânticos foram alteradas. Todos os navios construídos depois do Titanic teriam que ter botes salva vidas para todos a bordo. Os telegrafistas teriam que ficar a trabalhar durante a noite. A Patrulha Internacional do Gelo foi criada para monitorar, alertar e até destruir icebergs que viessem a oferecer riscos à navegação.
[editar]A volta do Titanic
Somente nos finais de 1970 e início de 1980, um empresário norte-americano patrocinou diversas expedições para tentar localizar o navio. Nenhuma delas teve êxito. Somente em 1985, numa expedição oceanográfica franco-estadunidense, o Dr. Robert Ballard descobriu os destroços do Titanic submersos a 3.800 metros (ou 12.600 pés) de profundidade, 153 km ao sul dos Grandes Bancos de Newfoundland. (Coordenadas:41º 43' 35" N, 49º 56' 54" W) A notícia correu o mundo. Ele passou a ser conhecido como "O Descobridor do Titanic". Retornou ao local em 1986, com uma equipe de filmagem da "National Geographic Society" para fazer as primeiras filmagens do transatlântico após 73 anos. Desde então, a empresa "RMS Titanic, Inc" obteve os direitos de realizar operações de salvamento no local e recuperou mais de 6 mil artefatos do navio. Diversas empresas de turismo e produtoras de filmes também visitaram o local em veículos submergíveis tripulados. O estado de preservação dos destroços da proa é fantástico. Ainda no sitio, encontrou-se o telemotor, onde se encontrava aparafusado a roda do leme, as enormes âncoras, ainda suspensas pelas suas grossas correntes, as amuradas, as guardas de protecção contra queda para o exterior, as janelas do titanic, maior parte delas ainda contêm o vidro. Dentro da proa, na sala de rádio do Titanic, pode-se observar o painel eléctrico, componentes do telégrafo, onde Harold Bride e Jack Philips trabalharam agonizadamente, tentando contactar navios para irem em socorro do Titanic, as gruas de proa, os guindastes dos botes salva vidas, na parte embaixo do casco, ainda é possível ver a tinta vermelha, tudo isto em perfeito estado de preservação. Contudo, a secção de popa está completamente destruída como se no seu interior tivesse explodido uma potente bomba. Durante anos relatos dos sobreviventes afirmaram terem ouvido grandes explosões depois do Titanic desaparecer sob a superfície do oceano, informando que as mesmas provinham das caldeiras que explodiam devido ao contacto com a água gélida. Contudo essa teoria foi desacreditada, pois foram descobertas pelo menos 6 caldeiras intactas espalhadas no campo de detritos causados pelo naufrágio e 2 salas de caldeiras inteiras na secção de proa, com todas as caldeiras intactas. Além disso, tripulantes que sobreviveram afirmam que, logo a seguir à colisão, E.J. Smith ordenou a paragem dos motores, e, nas salas de caldeiras, foram abertas as válvulas de segurança, que fizeram as caldeiras libertar a enorme pressão acumulada, ou seja, quando o Titanic afundou, nenhuma das caldeiras tinha pressão de vapor acumulada. Das poucas coisas reconhecíveis na secção de popa, destaca-se o motor de estibordo, cujo topo de um dos cilindros se destaca para fora do casco destruído, o convés do tombadilho da popa, local onde centenas de pessoas se aglomeraram quando o Titanic se ergueu das águas, enquanto a secção dianteira desaparecia nas águas, o poço da escada da terceira classe, e cerca de 2 guindastes de botes salva vidas. O Dr. Ballard retornou ao Titanic em 2004, para averiguar os danos que o navio sofreu desde o seu descobrimento (1985 - 2004). Concluiu que as inúmeras expedições e visitas ao local, só serviram para danificar o sítio arqueológico do Titanic e aceleração da deterioração da estrutura do navio. Em 2010 uma equipe de investigadores descobriu a bactéria halomonas titanicae nos destroços, e suspeita que ela seja responsável pelo acelerar da deterioração da estrutura.[31]
[editar]Curiosidades
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Há uma teoria que diz que o RMS Titanic nunca afundou e o navio que afundou foi o seu "irmão", o RMS Olympic. A White Star Line teria trocado, propositalmente, o nome dos navios, para destruir o RMS Olympic que estava com sérios danos. As semelhanças entre os dois navios eram várias, por causa disso, ninguém deve ter notado a diferença de um para o outro.
14 anos antes da trágica viagem, um escritor de nome Morgan Robertson (n. 1861 - m. 1915) escreveu um livro dramático intitulado Futilidade (Original: Futility, or the Wreck of the Titan), que narrava a história de um navio de nome Titan, considerado indestrutível, que em uma noite fria de Abril - tal e qual como foi com Titanic - choca-se com um iceberg e afunda. O mais assombroso é que tanto o número de mortes referido na história, como a capacidade do navio fictício, e a maioria das características técnicas do Titan eram exatamente iguais às do Titanic. Para muitos, não passou de uma estranha e arrepiante coincidência e, para outros, terá sido uma premonição e, consequentemente um aviso deixado por Morgan sobre o desastre.
Supõe-se que se a colisão do Titanic com o iceberg tivesse sido frontal, apenas um compartimento ou no máximo 2 teriam ficado destruídos, sendo que o fecho das comportas automáticas solucionaria o problema, e a viagem poderia prosseguir normalmente.
Também se supõe que, caso o iceberg tivesse sido visto meio minuto antes, a colisão teria sido evitada.
Ao ter sido visto o iceberg, o 1º Oficial ordenou a inversão de marcha dos motores do navio. Porém, à velocidade a que o navio navegava, mesmo o inigualável poder de torção para as hélices de seus motores não era suficiente para parar 46.000t que seguiam a 21 nós, naquele curto espaço que distava o Titanic do iceberg. Contudo, se tivessem mantido a os motores em marcha normal a todo o vapor, e simplesmente tivessem virado o leme, à velocidade que iam o Titanic teria se desviado do iceberg, conseguindo contorná-lo e assim evitar a colisão, sendo apenas necessário corrigir depois a direção que o Titanic tomaria.
Popularmente acreditava-se que os vigias no cesto do mastro deveriam ter binóculos, em decorrência do fato de que iriam passar numa zona de icebergs. O não fornecimento do material gerou duras críticas por parte de entusiastas desinformados, alegando que os vigias tiveram de trabalhar à vista desarmada. Havia quem acreditasse ainda que com os binóculos, os procedimentos de emergência poderiam ter sido efetuados muito antes, pois o iceberg teria sido visto ao longe. Hoje já é de conhecimento geral o fato de que em noites como a que o Titanic afundou, os marinheiros não procedem com o uso deste equipamento, visto que em decorrência das miragens oceânicas o mesmo se torna impreciso e enganoso, sendo mais seguro fazer a vigia a olho nu. [32]
Na altura da colisão, a tripulação do Titanic pareceu ter avistado luzes no céu e no mar que, seriam do navio SS Californian, menor, a cerca de 16 km (cerca de 8 milhas marítimas). O Titanic lançou fogos de artifício para pedir ajuda e, o outro navio pareceu aproximar-se. Porém, as luzes desapareceram de repente. Consta que seria o Californian, que se recusou a ajudar o Titanic.
O caso do naufrágio gerou um filme de enorme sucesso, que também se chama Titanic estrelado pelo premiado ator norte-americano Leonardo DiCaprio. O navio utilizado no filme, é idêntico ao que naufragou, porém, a embarcação que foi utilizada nas gravações, é 10 metros menor que o navio original.
[editar]Titanic na cultura popular
Émeraude (S 604), submarino usado para achar os destroços do Titanic no fundo do mar.
O naufrágio do Titanic tem sido a base de muitos romances fictícios descrevendo acontecimentos a bordo do navio. Muitos livros sobre o desastre também foram escritos desde que o Titanic afundou, o primeiro destes, aparecendo dentro de meses após o naufrágio. Os sobreviventes Segundo Oficial Lightoller e alguns passageiros, como Jack Thayer escreveram livros descrevendo suas experiências. Alguns gostaram do popular livro A Night to Remember publicado em 1955, do historiador e escritor inglês Walter Lord, que fez uma investigação independente e entrevistas para descrever os acontecimentos que ocorreram a bordo do navio.
No livro de 1898, Futilidade, ou O Naufrágio de Titan (Futility, ou the Wreck of the Titan) de Morgan Robertson, que fora escrito 14 anos antes da viagem fatal do RMS Titanic, foi constatado que a história apresenta muitos paralelismos com a catástrofe do Titanic; No livro de Robertson, na sua viagem inaugural um transatlântico chamado Titan, choca-se com um iceberg em uma calma noite de Abril, enquanto seguia para Nova York. Milhares de pessoas morrem por não haver botes salva-vidas suficientes. Tanto a própria história do Titan e na forma de seu desaparecimento, suportaram muitas semelhanças surpreendentes com o eventual destino do Titanic. O Titanic foi tema de muitos filmes, tanto para o cinema, quanto para a televisão; Dentre os quais:
Saved from the Titanic (1912)
In Nacht und Eis (1912)
Atlantic (1929)
Titanic (1943)
Titanic (1953)
A Night to Remember (1958)
S.O.S. Titanic (1979)
Raise the Titanic! (1980)
Titanic, mini-série de televisão (1996)
Titanic (1997)
O filme, mais amplamente visto é Titanic de 1997, dirigido por James Cameron e estrelando Leonardo Di Caprio e Kate Winslet. Gloria Stuart, a velha Rose, então com 86 anos de idade, voltou às telas em Titanic depois de mais de quarenta anos sem filmar. Titanic tornou-se a maior bilheteria da história do cinema americano e mundial até Avatar do mesmo diretor (segue-se o filme Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2 em 3º lugar no ranking das três maiores bilheterias). Também ganhou 11 dos 14 Oscars, empatando com Ben-Hur (1959) e, mais tarde, com O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003) como os que mais ganharam prêmios. Está previsto para abril de 2012, no centenario do Titanic, o retorno da versão cinematografica de 1997 em 3D nos cinemas mundiais.
A história também foi reproduzida num musical na Broadway, Titanic, escrito por Peter Stone com música de Maury Yeston. Titanic foi apresentado de 1998 a 2000. O musical The Unsinkable Molly Brown da Broadway de 1960 conta a história de vida da sobrevivente Margaret Brown, que incluiu os eventos no Titanic. O musical foi escrito por Richard Morris com música de Meredith Willson. A versão cinematográfica estrelando Debbie Reynolds foi lançada em 1964.
Outros meios de comunicação incluíram Titanic: Adventure Out of Time, um jogo de computador, de 1996 que se passava a bordo do Titanic. Starship Titanic era outro jogo de computador, só que ambientado no universo do livro The Hitchhiker's Guide to the Galaxy, parodiando o desastre do Titanic. Muitos programas de televisão fazem referência ao desastre do Titanic. O programa The Time Tunnel fez uma visita ao navio em seu primeiro episódio e no desenho animado Futurama os personagens embarcavam numa nave espacial chamada Titanic. A nave fora partida ao meio por um buraco negro na sua viagem inaugural. Outras obras também tiveram poucas referências ao Titanic, por exemplo, no seriado Doctor Who, o personagem título alegou ter estado a bordo do navio quando ele afundou. Houve um episódio do programa britânico popular, Voyage do The Damned, em seu especial de Natal 2007, no qual o médico estava a bordo da Nave Espacial Titanic. Em filmes como Time Bandits, Cavalgada e Os Caça-Fantasmas II o Titanic teve breves aparições. O programa britânico Upstairs, Downstairs colocou os personagens de Lady Marjorie Bellamy e Maude Roberts como passageiros a bordo do Titanic quando afundou. Roberts foi colocado em um bote salva-vidas, enquanto Lady Marjorie afundou junto com o navio.
Em 1982, o célebre cantor italiano de música popular Francesco De Gregori lançou o álbum Titanic, com três músicas (Titanic, I muscoli del Capitano e L'abbigliamento di un fuochista) que falavam sobre o navio, bem como seus passageiros e tripulantes. Em 2012, para comemorar o centenário do Titanic, o cantor Robin Gibb, um dos integrantes do lendário grupo Bee Gees, lançará um album em homenagem ao navio, intitulado Titanic Requiem.
[editar]O centenário
Em 15 de abril de 2012, o naufrágio do RMS Titanic completou 100 anos. O filme baseado em sua história, Titanic, foi readaptado em 3D e re-lançado nos cinemas[33].
Referências
↑ a b c d e f Titanic (1912) Builder's Data. MaritimeQuest.
↑ "Titanic Passengers and Crew Listings". encyclopedia titanica
↑ Moss, Michael S.. Oxford Dictionary of National Biography. Oxford: [s.n.]. Capítulo: William James Pirrie,
↑ Bullock, Shan F.. Thomas Andrews, Shipbuilder. Dublin: [s.n.].
↑ Jenkins, Stanley C.. (6 de março de 1926). "Alexander Carlisle Obituary". The Times. Página visitada em 8 novembro 2008.
↑ a b Testimony of Alexander Carlisle. British Wreck Commissioner's Inquiry (30 de julho de 1912).
↑ Titanic - 1st Class Cafe Parisien. National Museums Northern Ireland. Página visitada em 10 de abril de 2011.
↑ TITANIC FACTS: EVERYTHING YOU EVER WANTED TO KNOW ABOUT THE RMS TITANIC. Titanic & Nautical Resource Center (1998).
↑ WIRELESS AND THE TITANIC (7 de setembro de 2010).
↑ Titanic's life saving appliances. British Wreck Commissioner's Inquiry (30 de julho de 1912).
↑ a b c d Titanic Lifeboats. Titanic-Titanic.com.
↑ Alexander Carlisle's testimony (question 21449). British Wreck Commissioner's Inquiry (30 de julho de 1912).
↑ Board of Trade's Administration. British Wreck Commissioner's Inquiry (30 de julho de 1912).
↑ Testimony of J. Bruce Ismay. British Wreck Commissioner's Inquiry (30 de julho de 1912).
↑ Testimony of Harold A. Sanderson, recalled. British Wreck Commissioner's Inquiry (30 de julho de 1912).
↑ a b Detailed Description Machinery. British Wreck Commissioner's Inquiry (30 de julho de 1912).
↑ Detailed Description Pumping Arrangements. British Wreck Commissioner's Inquiry (30 de julho de 1912).
↑ Titanic's Blueprints [Roy Mengot] db-09
↑ R.M.S. Titanic. Atlantic Liners.
↑ Titanic's Sea Trials. Titanic-Titanic.com.
↑ Departure of the Steamship "Titanic. US Senate enquiry.
↑ Titanic Passenger and Crew Listings. encyclopedia titanica.
↑ a b Titanic Passenger List First Class Passengers. encyclopedia titanica.
↑ Testimony of Joseph G. Boxhall. British Wreck Commissioner's Inquiry (30 de julho de 1912).
↑ [Testimony of Frederick Scott Título não preenchido, favor adicionar]. British Wreck Commissioner's Inquiry (30 de julho de 1912).
↑ Pleas For Help – Distress Calls Heard. United States Senate Inquiry Report.
↑ Distress calls sent and received, timeline. Greatships.
↑ Californian. WebTitanic (2001).
↑ a b STEAMSHIP "CALIFORNIAN'S" RESPONSIBILITY. United States Senate Inquiry.
↑ Testimony of Cyril F. Evans. United States Senate Inquiry.
↑ Nova bactéria está a corroer destroços do Titanic. Ciência Hoje (9 de Dezembro de 2010). Página visitada em 11 de Dezembro de 2010.
↑ Titanic, o legado - National Geographic 2012
↑ Estreia: 'Titanic' é relançado em 3D no centenário do naufrágio (em português). Reuters. G1.com (12 de abril de 2012). Página visitada em 29 de julho de 2012.
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